O corpo do
estudante de geologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Yego Cunha Leal,
será encaminhado nesta quinta-feira (29) para a cidade de Igarapé-Miri, onde
será velado e enterrado, na sexta-feira (30). Yego foi encontrado morto, em uma
região próximo a Babaçulândia,
no extremo norte do estado, nesta quarta-feira (28). Ele estava desaparecido
desde domingo (25), quando fazia um trabalho de mapeamento geológico, com
outros estudantes da UFPA,
na região.
O corpo
encontrado próximo à Babaçulândia, no extremo-norte do Tocantins, foi
encaminhado na quarta-feira (28) para o Instituto Médico Legal de Araguaína
(IML), no entanto, segundo o tio do jovem, Frank Wallace Cunha Leal, a pedido
da delegada da cidade foi enviado para o IML de Palmas para
que pudessem ser feitos outros procedimentos. O corpo foi liberado ainda na
manhã desta quinta-feira (29). “Não foi decisão da família, eles alegaram que o
IML de lá [Araguaína] não tem estrutura adequada para fazer um exame de raio-x
para ver se houve alguma briga corporal, me falaram isso”, explica.
Frank conta
que os familiares ficaram sabendo do desaparecimento de Yego apenas na
terça-feira (26) pela manhã. O jovem morava em Marabá, onde cursava o quinto
período do curso de geologia. “Quando descobrimos, foi na terça-feira, através
de colegas que ligaram dizendo que havia um boato que ele estava sumido na
mata. Então eu, meu irmão e um tio dele saímos para Babaçulândia. Chegamos umas
4h da madrugada da quarta-feira (28), seis da manhã chegou uma equipe e fomos
pra mata.”
Ele conta que
populares da cidade também participaram da buscas e foram eles que encontraram
o corpo. “Antes do meio-dia gritaram, um senhor idoso e mais umas mulheres
dizendo: ‘está aqui, está aqui’. Meu irmão foi, não tive coragem. Acionaram o
IML e fizeram a remoção.” O tio ressalta que Yego foi encontrado a 300 metros do
ponto em que o professor disse ter o deixado, pela última vez, no domingo (25).
“Eu penso
assim, foi domingo, às 17h. Um rapaz desse, de 21 anos, não acredito que ele
não aguente dois dias de fome e sede. Se ele aguentasse, domingo e segunda, que
morresse na terça e o encontrássemos na quarta, não estava no estado que ele
estava, em decomposição. Ele morreu mesmo no domingo e ficou por lá”, desabafa
o tio.
saiba mais
De acordo com
Frank, um avião cedido pelo governo do estado do Pará seria enviado ainda nesta
quinta-feira (29) para encaminhar o corpo para a cidade natal de Yego. O
universitário era filho único da mãe e foi criado junto com os avós e tios. A
última vez que ele esteve em Igarapé-Miri foi
no Dia dos Pais, no último dia 11 de agosto.
No domingo
(25), o grupo de estudantes participava de um treinamento de mapeamento
geológico na região entre Babaçulândia eWanderlândia,
norte do Tocantins,
quando dois colegas de Yego teriam passado mal por insolação. Ele, acompanhado
do professor Antônio Emídio de Araújo Santos Júnior, foram buscar o carro para
socorrê-los. No caminho, Yego também teria passado mal pela mesma razão. O
professor pediu que ele esperasse no local até que voltasse com o carro, mas
quando retornou o estudante havia sumido.
Fonte: G1